História que não aconteceu mas poderia ter acontecido #1

É como se estivesse na pele daquele cachorro do Snatch que engole um brinquedinho e fica fazendo um barulho irritante cada vez que late. Mas invés de um brinquedinho barulhento parece que engoli uma bola de tênis cheia de pregos loucos e enferrujados.

Penso nas soluções para essa doença idiota e repentina. Busco culpados mas não tem muito como resolver. É uma questão de esperar passar e pronto. Mas será?

Lembro de uma passagem de Sandman que tem uma mina que engole tudo quanto é tipo de coisa e cospe uma bola de pêlos. Poderia ser isso o que me aflige? Seria genial. Penso no alívio. Começo a tossir.

Lembro de outra história, do bebê que pensava que tosse era uma forma de comunicação.

Continuo a tossir.

Tosse. Tosse. Cof. Cof.

Não sai nada e tudo fica mais arranhado ainda. Começo a cuspir sangue e outras coisas, até que um alívio absurdo me atinge.

Olho para a minha mão e vejo uma amígdala. Ela é vermelha. Engulo e os pregos se foram. Ficou só o gosto de sangue.

Jogo no lixo a amígdala fodida e saio pra ir tomar um sorvete.

Próxima estação

Segunda-feira
Carro P223

Alguém canta uma música triste e melancólica nos fones de ouvido postos de propósito no último volume para abafar qualquer som daquele microcosmos. Não porque eu seja o ser mais anti-social do planeta mas simplesmente porque o livro que levo nas mãos me parece muito mais interessante do que qualquer interação. A mulher ao lado se aproveita de um descuido e quando tiro os fones ela já emenda:
– Nossa, mas o que ele fumava?
Olha para o lado e ela me encara com olhos cansados e curiosos. Eu respondo baixo:
– Crack.
Ela entristece rapidamente:
– Mas ele se livra no final?
Olho para o livro e folheio as cento e poucas páginas que ainda me faltam:
– Acho que sim, ainda não terminei.
– Hum, mas ele era brasileiro?
– Não, americano.
Ela pensa por um mini instante:
– Hum, é difícil se livrar do crack!
Eu não sei mais o que dizer pra ela. Ela agradece e levanta.

Admito que fiquei um pouco chocado com a ousadia dela. Não de vir falar comigo mas por ler descaradamente o livro que eu segurava.

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Terça-feira
Carro P210

Ela realmente sabe se equilibrar. O balanço e as freadas bruscas não parecem afetar em nada a moça. Bem no meio do vagão é como assistir um balé contemporâneo e moderno e abstrato de pernas apoiadas com força no chão, mãos evitando qualquer contato com as barras metálicas cheias de … coisas… Outras pessoas parecem observar a mesma coisa que eu. Aposto que algumas pensam “exibida”. Outras devem só estar imaginando que a chuva que está caindo lá fora vai foder ainda mais o caminho pra casa. Mais uma freada, essa parece brusca de propósito. Mas ela se mantém firme e forte. As portas abrem e ela sai. Pode ser só minha imaginação mas vejo um brilho de orgulho no olhar.

Admito que senti um pouco de inveja. Não por ter labirintite mas porque eu penso o quão sujo são aquelas barras metálicas que eu me apoio.

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Quarta-feira
Carro G143

Eu vejo um casal brigando pelo reflexo da janela. Parece uma televisão que eu não consigo trocar de canal. O casal parece saído de uma série ruim. Ela tenta fazer ele se comunicar com ela, toca a perna dele, que está perigosamente perto demais da minha, eu penso, mas ele não se move num um pouco. Continua olhando para a frente, para a virilha de alguém que está parado a sua frente. Impassível. Ele e a virilha. A mulher desiste.

Admito que me divirto um pouco com esse flash de vida real e comum. Não porque eu seja sádico mas porque a perspectiva do reflexo era realmente bonita.

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Quinta-feira
Carro G075

Eu vejo pés em cima dos assentos. Não são azuis, logo são os únicos que eu posso usar. Não curto usar os azuis sabendo que vou ter que levantar eventualmente. O idiota ocupa 3 assentos. Um pra ele, outro pra mochila e outro pros pés. Como se aquilo tudo fosse um grande e enorme sofá de casa. Não é possível que só eu esteja vendo isso e só eu esteja tão abismado com a total falta de bom senso daquele cara. O celular deve ter algum jogo estúpido. Penso qual seria a reação dele e das outras pessoas se eu fosse lá, pegasse aquela merda de celular e jogasse pela janela, nas profundezas daqueles túneis escuros que passam em alta velocidade. Penso nas possibilidades que o rosto dele poderia formar. Penso nisso até a hora de ir embora. O imbecil até abaixou os pés, depois de levar uma mochilada de um mano acompanhado da namorada.

Admito que queria que algo mais acontecesse com ele. Não porque eu seja violento mas porque de idiotas o mundo já está cheio.

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Sexta-feira
Carro FOX9222

O único reflexo é aquele já conhecido. Os olhos cansados dessa vez eu já sei como que são. Um pouco verdes, um pouco amarelos. Curto quando eles estão meio cinza. Isso é o máximo do interessante no caminho de quase duas horas.

Que merda.

Ace

Então tá, vamos fingir que não se passaram 4 meses e estamos numa onda de posts seguidos… ihu. NOT

Enfim, olhando para o meu guarda-roupa eu contei seis gavetas. Uma de cuecas e meias, uma de pijamas (sendo um deles recém-perdido por um temaki estragado… valeu, Choperia Liberdade!…), uma de bermudas e afins, uma de blusas e duas de camisetas.

Esse calor e esse tempo seco que acabaram com aquele friozinho gostoso e agradável me fizeram pensar que precisava urgente rever o status quo das minhas roupas, principalmente das camisetas, item diário e indispensável.

Eis então que me deparo com uma constatação que eu já tinha no fundo da cabeça faz tempo: cada vez mais eu me pareço mais com um personagem de desenho. No que diz respeito ao que visto, obviamente.

Das duas supracitadas gavetas, uma era de camisetas coloridas (e por coloridas entenda-se aquele espectro de cor que vai do cinza ao verde, passando pelo azul e pelo “listrado”) e a outra de camisetas brancas. Só de camisetas brancas.

Eu curto o branco. Não sou da KKK, mas curto o branco. Combina com tudo, serve pra qualquer ocasião e é fácil de lavar. Não só isso, mas eu curto uma camiseta específica da gloriosa Hering, aquela com costura no ombro. Não tem melhor caimento que aquilo…

Mas como tudo nessa vida, as coisas se intensificam ao limite quando gosto muito de algo, então começo a chegar no ponto de ir com a mesma camiseta todos os dias da semana pro trabalho. Já me preocupei um pouco com o que talvez as pessoas de lá iriam pensar, do tipo “mas hey, ele não lava essa porra?”. Mas hoje não mais… Visto elas sem dó e sem pensar. Descobri há pouco tempo que existem as de manga comprida também! Agora nem o inverno vai escapar! Ihuuuu!

E tudo isso começou com um presente inofensivo. Uma simples camiseta de uma amiga que provavelmente estava com pressa e sem saco pra pensar em qualquer outra coisa. Mas de qualquer jeito eu agradeço, afinal pra mim a camiseta branca será sempre o novo xadrez.

top de 4 “já vai”

Postar pra dizer que não posta é trambique.

Coisa de gente que quer enganar. E ganhar um tempinho.

Mas essa bagaça aqui pode ser assinada por qualquer um de nós.

quem sabe logo mais?

Sobre as pequenas coisas

Eu gosto das coisas pequenas. Dos pequenos gestos. Dos pequenos jeitos. Das pequenas manias.

Quem não fica quieto e observa o mundo em volta de vez em quando perde essas paradas e isso não é legal. A não ser que você não ligue pra essas coisas, é claro, mas daí você pode cair no meu conceito, foi mal.

O que seria do mundo sem os pequenos trejeitos? Uma frase sempre usada é aquela que diz “que graça teríamos se fossemos todos iguais”, sabe? Mas eu vou além, porque assim é mais legal, e digo: que graça teríamos sem as manias, os TOCs sagrados de cada um, os jeitos irritantes?

Claro que o que eu acho adorável nas pessoas hoje pode ser o que vai me fazer xingar as famílias inteiras delas depois, mas quem se importa? O agora é que importa. Eu acho…

Os pequenos detalhes sempre ficam mais na memória que os grandes feitos ou os grandes acontecimentos. Os visuais principalmente. Imagens são sempre muito facilmente graváveis. Um snapshot de um momento, de uma cena. Sons e cheiros funcionam como gatilhos de memórias, mas as imagens, elas vem sozinhas, sem precisar de um catalisador específico. Como aquele sorriso genial depois de uma piada ou depois de algo inesperado.

As pequenas manias e jeitos também são coisas legais de se ter. Você não tem um? Arranje. Sério. Pode ser destruir apoiadores de copos até eles virarem pequenos pedaços de papelão na mesa do bar. Pode ser ficar mexendo na barba, quem sabe até arrancar algumas? Pode ser bater no coleguinha quando ver um fusca azul. Pode ser até bater os dentes durante o sono. Isso faz a diferença.

Eu por exemplo faço duas coisas:

1. Playlists. É isso ai. Curto organização e não nego. Faço playlists e tenho meio TOC com elas. Não gosto de sair de uma sem terminar ela antes. A que está rolando agora é meio infinita e tem 16 mil e tantas músicas. To perto das 2 mil e contando. Vai demorar pra terminar? Sim. Vai tocar músicas ruins pra aquele dia e eu vou pular? Sim. Eu me importo? Não. Ihuuuu!!!

TOC musical é isso aí!

2. Bolinhas de guardanapo. É bonito? Não. É ecológico? Nope. Mas me contenta? Sim, senhor. Alguém talvez ache legal e meio gracioso, vai saber.

Bolinhas rules!

especialista

Tá rindo do que, Dimitri?
meu, uns malucos fazendo uma dancinha polonesa, olha a viagem
gênio

Dimitri, cara, tô fazendo um texto só sobre danças polonesas,  topa ajudar?
meu, fácil. que que você precisa? vou dar uma pesquisada
beleza, a gente conversa

dança polonesa no Credicard Hall? Chama o Dimitri pra entrevistar os caras, né.
Pode crer. A cara dele

Chora, Dimitri, seus amigos agora te marcaram oficialmente como conhecedor da dança polonesa. É assim, você até acha divertido, viu uns vídeos no youtube e correu atrás de mais informações sobre o Pelé do sapateado polonês. Um pouco mais fundo, saberia até nomear um Pelé e um Garrincha da dança. E só. Nada mais do que uma bobeira de umas noites insones. Mas esses pontos já te qualificam, pelo menos pros seus amigos, como especialista. Não duvide se daqui a uns anos seu trampo seja rodar o mundo e fazer resenhas de espetáculos poloneses.

Não é lá muito fácil controlar certas impressões. E muitas vezes são elas que definem os rumos das coisas. E aí, meio sem querer, de tanto a impressão martelar, você acaba cedendo e comprando aquela ideia pra si. O cara que é chamado para falar em todos os lugares sobre programas de tv, pode nunca ter se colocado como especialista em nada, quem sabe até pensasse ser melhor em qualquer outra coisa. De tanto insistirem, compra a ideia e fica eternamente pensando naquela outra opção que apostava mais no começo, não com arrependimento, mas com curiosidade de enxergar o outro caminho onde, quem sabe, seria mais bem sucedido.

Perceber que agora carrega um título de alguma coisa é confuso. Sempre achei que os músicos fodões soubessem tudo de harmonia, lembrassem de cada ano da vida de cada um dos Beatles, escolhessem metodicamente cada trecho das suas composições, tomassem decisões a cada segundo e estivessem seguros de sua arte. E agora vem dizer que com aquele vídeo meu tocando trombone no iphone virei o fenômeno da música? Símbolo da nova geração, retrato da inquietude da geração plugada? Aquele silêncio entre o refrão e o que seria o segundo verso – falando assim até parece programado – foi culpa do SMS que chegou bem na hora e me confundiu. Não estou pronto pra ser esse fenômeno, nem sei se quero, nem sei se mereço. Fiz de zoeira, acho que sou melhor na arquitetura, na real, que é o que tô estudando.

Como um fenômeno musical da geração plugada deve se comportar? Ao redor, todos já parecem estar conformados com isso, mas eu aqui ainda luto pra descobrir como é que se faz. E eles vêm exatamente como eu imaginaria que viessem se eu de fato fosse ˜o novo alguma coisa˜. Talvez eu até o seja. Talvez meus acordes desencontrados até tenham algum significado. Não acho que sou uma farsa, mas uma parte ali veio na cagada. Eu nem esperava nada disso. A revelação do trombone de iphone nunca viu nem um saxofone de perto, e o iphone era emprestado.

Enquanto isso, o cara da chuva continua falando de chuva, o cara da ecologia defende uma teoria duvidosa, o cara dos games cobre a feira gringa e o Dimitri termina a primeira aula de dança polonesa contemporânea. Deve ser assim mesmo, acho que sou o cara da música revolucionária, só pensei que fosse ser de outro jeito.

Jamie & F ?

Não ter o que fazer da vida traz consequências muito peculiares pras pessoas, não? No meu caso o pior que isso traz é a tendência a dormir cada vez menos e cada vez pior.

Fluxos de pensamentos vem com mais frequência quando não existem obrigações ou afazeres que te cansam, que te obrigam a descansar, a dormir relativamente cedo, que te fazem ter uma mínima rotina. Não ter isso dá asas aos pensamentos. O que de certa maneira é bom mas ao mesmo tempo te privam de qualquer sistemática organizacional, o que basicamente significa foder o seu corpo.

Não durmo direito faz umas semanas.

Deitar e dormir logo nunca foi uma característica marcante da minha pessoa mas tudo isso está se agravando agora. Dormir é solitário. Não dormir é mais ainda. Há só um tanto que posso ficar descobrindo na internet ou na televisão.

Uma atividade antes muito prazerosa, a de ficar no computador baixando e ouvindo música começa a se tornar a única rotina que eu tenho. E como todos sabemos, a rotina não costuma levar ao prazer e sim ao comum, à repetição e à exaustão.

Não que eu não curta mais você, computador. Nem você, internet. Mas poxa, começo a pensar que dormir de fato é gostoso. Queria eu ter dado valor antes.
Ocupar o dia com tarefas pode ser uma solução. Já pensei em ir correr. Mas eu canso disso. Queria jogar futebol a tarde toda, assim ficaria cansado, mas pra isso preciso de mais pessoas tão ou mais desocupadas do que eu, o que não é fácil de se arranjar. Poderia ir fazer aula de alguma coisa, tipo alemão ou espanhol ou francês ou então um instrumento musical, mas a vontade não é tão grande assim. Sei que “tipo” em espanhol é “cara” e sei tocar o comecinho de Come As You Are numa guitarra caso um dia a minha vida dependa disso, então por enquanto to sussa.

To pensando seriamente em começar tipo uma maratona culinária, afinal se tem uma coisa que nunca me cansa, essa coisa é comer. Uma parada meio Julie & Julia. Outro dia rolou uma troca de livros de culinária e acho que isso me inspirou. Mas talvez eu vá radicalizar e vá direto pra comidas mais ousadas, tipo gregas, árabes, mediterrâneas, nórdicas… Ou não. Talvez eu fique só fazendo o que eu já sei mesmo. Ovo frito e pão-de-mel. Combinação dos campeões.

Doctor doctor, please

Outro dia fiquei pensando na parada da psicologia. Tipo terapia. Acho que foi por causa de um filme, possivelmente ILHA DO MEDO. Como existem mil caminhos na terapia, como tudo parece ser a chave e a solução de tudo. Eu concordo com quem fala que todo mundo pode aproveitar uma terapia. Não há ninguém que esteja tão bem resolvido consigo mesmo que não possa aproveitar um olhar distante e analítico feito por outra pessoa, especialmente se ela é treinada pra isso.

Mas existem pessoas e pessoas. No caso, acho que existem dois tipos de pessoas que fazem terapia, no sentido de como elas saem de lá. Ou elas saem de boa, mais conhecedoras de si mesmas, ou então elas saem como idiotas, que embora sejam mais conhecedoras de si mesmas parecem que desaprenderam como conhecer os outros. É aquela velha questão de projeção em terceiros que fode tudo sempre.

Isso porque a terapia é conhecimento, é repertório. E isso pode se tornar algo bom ou ruim. É como se o sucesso daquela sessão de psicologia subisse à cabeça. Eu na verdade não conheço tantas pessoas que passaram por terapias e as que eu conheço saem melhores, de bem com elas mesmas e sem tentar ensinar pros outros o que acabou de presenciar.

Eu ainda não comecei a terapia mas ela estará presente por aqui num futuro. Não sei se próximo ou não mas em algum futuro.

Vamos todos! Quem sabe o mundo não fica um lugar melhor? E com mais terapeutas cheios da grana?

ps.: no próximo capítulo da “saga da terapia” vai vir algo sobre pais e filhos (e não, isso não é uma homenagem ao Renato Russo… até porque, eca, Renato Russo sucks!)

Dona Diris e a dentadura em “Ih, cadê minha dentadura?”

e Dona Diris continua rendendo.

Quebra tudo!

Tem algumas coisas que vão quebrando os nossos espíritos juvenis e lúdicos, não? Lembrei disso vendo um especial de Natal de uma série ruim. As minhas:

1. Eu nem acreditava muito em Papai Noel mas a certeza que ele não é porra nenhuma de verdade é sempre um momento de descoberta na vida de uma criança, eu acho. Mas talvez pra mim o que mais foi duro foi perceber que meus brinquedos não se mexiam quando eu virava as costas, como em Toy Story (maldito seja você, John Lassater!). Eu queria que os meus X-Mens e os milhões de super-heróis criassem vida. Coisa que obviamente nunca aconteceu.

Uma outra menção honrosa fica pra quando eu pensei que eu conseguiria ensinar meu cachorro a rolar no chão, como eles fazem em Beethoven. Como se fosse fácil ensinar um fox paulistinha meio viralata ficando rolando que nem um idiota no chão. Ele não aprendeu e eu nunca mais rolei no chão por ninguém.

2. Meu pai é professor e eu sempre estudei na escola onde ele dava aula. Não sei porque razão ele nunca me falou que eu tinha benefícios por ser filho dele na escola onde ele lecionava. Assim sendo, passei boa parte da minha infância pensando que eu era um cara comum, quando na verdade obviamente eu não pagava mensalidade, nem apostilas, pagava ridicularmente barato os uniformes e os passeios saiam na faixa.

Todo mundo sabia disso menos eu. E por incrível que pareça existiam pessoas que tinham birrinha com pessoas como eu, pobres mortais filhos de professores. Porra, que culpa eu tenho?

Quando eu descobri isso foi um choque. A fé na humanidade, que todos éramos iguais perante todo mundo, foi um pouco por água abaixo, não vou mentir. Depois de anos sentei com meu pai pra fazer um cálcula vagabundo de quanto dinheiro ele economizou com essa história e eu vou dizer que filhos dão custos e trabalho, minha gente. Se você for professor(a), não hesite, mete a cria na sua escola. Mas por favor, conta logo que ele é especial e não paga nada, ok?

3. Atum, cara. Quem nunca abriu a dispensa de casa e só encontrou aquela lata solitária de atum? Coqueiro era a marca preferida aqui em casa.

Eu sempre pensei que atuns eram peixinhos simpáticos e pequenos, como sardinhas, sei lá. Tudo mudou quando a Discovery Channel passou a fazer parte do mundo.

Atuns não são simpáticos e pequenos e bonitos. Pelo contrário. São peixes enormes, feios e toscos. Mas o tamanho é realmente impressionante. Eu pensava que naquela lata tinha sei lá, um ou dois peixes, mas não! Um atum sozinho deve fazer uma centena de latas facilmente. Bicho grande da porra.

Nunca gostei muito de peixes como bichos de estimação mas descobrir que aquela lata era basicamente carne de um monstro gigante foi um golpe duro e eu ainda defendo que pelo bem da informação em todas as latas de atum deveria vir um croque em escala de um atum perto de uma pessoa, assim todo mundo saberia com que estão lidando.

E foi assim meu espírito infantil foi quebrado. Ihuuuu!