Fixo. Um net fone. Celular. Acabei de baixar o skype, mais para teste.
Eles estão entre nós, já era. Mas ô aparelho do diabo. Nunca fui grande fã dos telefones, não sei se consigo explicar o porquê. Uso com certa frequência até, por pouco tempo, naquele esquema “tô saindo”, “pode descer”, “qual é o número mesmo?”, “deu certo a parada?” e só. Conversas longas são raras, mas até que aparecem vez ou outra. Meu maior problema é com a burocracia. Sabe aquela história de atender ligação que não é pra você? Ou ter que dar oi, descobrir quem está falando, fazer umas piadinhas pra enfim perceber que não sei quem tá no banho? Xô.
Nunca atendo o telefone aqui em casa, sei que não vai ser pra mim. Alguém pode achar graça em ficar papeando no random, sem assunto, com uma pessoa que você não esperava. Defendo os celulares, que deram um adianto, cortaram os intermediários e os desencontros. Quem vai me ligar, geralmente usa o número do celular, e pra eu discar o número de um telefone de casa é porque a coisa está feia. Posso desencanar também no net fone?
Foi mal tios que curtem fazer vozes, enganar e falar de futebol. Sei que, no fundo, vocês só procuram minha mãe. Ir até o telefone só para ser ser o portador das bad news não parece animador. De quebra, ainda evito os vendedores de planos incríveis do cartão de crédito e os sérios que perguntam pelo responsável pela residência. Mas não preciso encarar esse meu desapego com tanta frequência; no final, falo com pouca gente.
Os telefonemas (quem diria?) me deram muitas alegrias essas últimas semanas.
Primeiro, teve a japa falando inglês procurando qualquer pessoa do departamento de marketing. Nada como receber um “he-rô” seguindo o seu alô despretensioso
Depois, a moça que insistia que tinha discado pro sesc pompeia.
(…)
– Mas eu liguei semana passada. Preciso do sinal do fax
– desculpa, mas disse que aqui não é o sesc pompeia.
– Não, eu liguei, era esse número. é do sesc pompeia.
– mas aqui não é o sesc pompeia
(…)
– mas aqui não é o sesc pompeia
(…)
– mas aqui não é o sesc pompeia
Um cara ligou de um interiorzão de Pernambuco dizendo que era do jornal não sei blabla, estava sem internet e precisava que eu confirmasse os horários de reprises de uns programas. Errado ele não estava, mas curti a parte do “estamos sem internet”.
Fora o outro que ligou pra tv essa semana – a história não é minha – pedindo pra participar do Barraco Mtv que estava no ar. A reprise fazia parte da programação especial de aniversário, o programa tinha sido exibido faz uns 10 anos. A Soninha apresentando, o Tiago Leifert “estudante de jornalismo” e propaganda de bip motorola. Fora o visual velhão. O gênio não percebeu que era antigo, viu o número – que continua o mesmo – na tela e ligou.
“poxa, que pena que eu perdi, queria tanto falar sobre esse tema”.
decidi instalar o skype pra ver se pego mais uma ligações desse tipo também.
(e bip, cara, bip…)